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Estou gravida de coração

Estou gravida de coração

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ENTREVISTA COMPLETA DE FÁTIMA BERNARDES PARA A REVISTA FÉRTIL, VEJA!





Esta entrevista e muito legal e mostra bem que ate a Fátima precisou de tratamento (fertilização em vitro) para ter o sonho dela realizado e o mais gostou e que ela não tem vergonha e nem preconceito em relazação ao tratamento e teve seus medos e anseio isto e legal ...



Ela é apresentadora do principal telejornal do país. Há 12 anos, teve coragem de divulgar para todo o Brasil que tinha problemas para engravidar. E depois de passar por dois tratamentos, deu a luz os trigêmeos Laura, Vinicius e Beatriz. Fátima Bernardes é um exemplo de determinação. E numa entrevista exclusiva à revista Fértil, conta toda a luta para realizar o sonho de ser mãe e a alegria de cuidar dos filhos.


Quando vocês descobriram que precisariam de ajuda para engravidar?

Eu sempre fui muito decidida e achava que engravidaria no momento que eu quisesse, Defini que seria em setembro de 1994, quando faríamos uma viagem pela Itália, só que eu não engravidei em setembro, não engravidei em outubro, nem novembro, dezembro, janeiro". Sempre tive uma menstruação muito irregular, sem ciclos certos, e isso dificultava descobrir o dia fértil.Começamos com aquela história da temperatura, do dia" .Depois a gente descobriu que nem todo mês eu ovulava e fiz um tratamento, Já era março de 1996.

Foram quase dois anos nesse processo...

Exato, E como eu tinha sido escalada para as Olimpíadas de Atlanta, decidimos esperar. Na volta, minha ginecologista sugeriu que o William também fizesse um exame e descobrimos que ele estava com uma produção baixíssima (de espermatozóides).Descobrimos que o problema dele não era genético, era circunstancial. Ele fumava, era estressado. A previsão de tratamento era de dois anos. Nesse momento optamos, por sugestão da minha médica, pela fertilização in vitro (FIV), e procuramos um especialista. Nós imaginávamos ter um filho com a fertilização e, dois anos depois, ter outro por vias naturais,sem cobrança, sem pressão, Eu voltei das Olimpíadas em agosto e em dezembro de 1996 fiz meu primeiro tratamento de fertilização in vitro.Transferimos três embriões,mas eu não engravidei.

O resultado negativo foi um baque?

Foi. Mas eu já vinha tendo baques desde 1994, a cada vez que eu menstruava, De início você até brinca que tentar engravidar naturalmente é bom, mas tem uma hora que aquilo vai desgastando.

Vocês deram quanto tempo de intervalo entre a primeira tentativa e a segunda de FIV?

Dois meses depois eu disse ao William que estava pronta para tentar de novo. Mas dessa vez, por decisão dos médicos, transferimos quatro embriões - o limite.Dos quatro, três vingaram.

Você se lembra de quando recebeu o resultado positivo?

Eu fiquei sabendo que tinha engravidado no dia 29 de março de 1997, um Sábado de Aleluia. Desde os 7 anos de idade eu tomo uma xícara grande de café preto pela manhã. Nesse sábado, só de olhar a cafeteira fiquei enjoada. Era o 12° dia após a transferência dos embriões e o exame de gravidez estava marcado para dois dias depois. Na hora de me vestir, a calça não fechava. Liguei para o médico, contei o que estava acontecendo e pedi para antecipar o exame.

quem te deu a notícia?

O William, enquanto ele me levava para o trabalho, a médica ligou para a nossa casa e deixou um recado na secretária eletrônica com o resultado do exame. Assim que ele chegou em casa me ligou contando a novidade. A dúvida, então, passou a ser quantos bebês eram, já que o Beta HCG estava bem alto.


O segredo durou muito tempo?


Que nada! Eu dizia que eu não ia contar pra ninguém, até o terceiro mês. Atendi o tele-fonema do William no camarim da Globo e não me contive, de cara contei para o maquiador! No corredor encontrei com a Sandra Annenberg e foi uma gritaria! Um editor de imagens chegou a sair da ilha de edição para saber qual das duas estava grávida. Resultado: a Globo toda já sabia porque foi tão avassalador que eu não consegui guardar o segredo.

Eu dizia que eu não ia contar pra ninguém até o terceiro mês, Atendi o telefonema do William e não me contive...

Como você lidou com essa situação no trabalho? Você contou que fazia tratamento para engravidar?

De início: só quem sabia era a minha chefia imediata. Não contei para o diretor de jornalismo porque tratava-se de uma questão muito particular. Mas assim que soube da gravidez eu comuniquei a direção da Globo. Eu já estava na televisão há dez anos e minha gravidez aconteceu num momento profissional tranqüilo. Tanto que eu precisei entrar de licença médica aos 5 meses e meio de gravidez e não tive problemas. Quanto ao trabalho eu tive bastante tranqüilidade e não fiquei tensa em relação ao espaço que eu poderia perder.

Quando você decidiu contar a todos que estava fazendo tratamento? Na sua opinião, ainda existe preconceito com quem faz fertilização?

Eu achava que não tinha nenhum. Só notei que havia preconceito quando meus médicos começaram a ser abordados por casais que diziam que se até o William Bonner e a Fátima Bernardes estavam em tratamento, eles também poderiam procurar ajuda médica. Além disso, o homem se sente muito fragilizado. Então, o fato de o William também falar sobre o assunto ajuda bastante. Por tudo isso eu achei que foi super útil a gente contar. Fizemos um tratamento, tínhamos problemas sim e hoje temos três filhos.


Qual foi a reação de vocês ao saberem que não poderiam engravidar naturalmente?

Não teve nenhuma dramatização. A gente foi muito objetivo e levou em conta a minha idade na época. Eu tinha 34 anos e se fôssemos esperar os dois anos de tratamento do William, só começaríamos a tentar ter filhos quando eu tivesse 36. Por isso, optamos logo pela fertilização. Como vieram três bebês ele nunca fez esse tratamento.

Qual foi a pior lembrança dessa época?

Na verdade foram dois momentos. O primeiro é a expectativa para o teste de gravidez. São 14 dias de espera nos quais, teoricamente, você pode levar uma vida normal. Mas não tem como relaxar, sempre fica a dúvida. Quando não dá certo você se pergunta se fez alguma coisa errada. Acho que essa expectativa foi pior que as injeções! O segundo foi quando parei de trabalhar para evitar as contrações.

Mas você já estava grávida!

Sim, mas com cinco meses de gravidez você não quer perder os bebês e esse era o risco. Quando o útero atinge um certo grau de dilatação as contrações começam a acontecer. Com a gravidez de trigêmeos o útero atinge esse limite antes da gestação terminar. Esse período foi bem mais tenso.
De que forma você se preparou para o nascimento dos bebês?
Quando eu estava com cinco meses e pouquinho de gravidez a minha obstetra sugeriu que eu visitasse uma UTI Neonatal, uma vez que meus filhos seriam prematuros. Quando olhei o berçário fiquei péssima. O neonatologista conversou muito comigo e me explicou que cada dia na minha barriga faria muita diferença no desenvolvimento das crianças. A UTI assusta a gente porque os bebês não se parecem com o recém-nascido que estamos acostumados a ver. Aquela visita foi definitiva. Ali eu percebi o quanto era importante esticar ao máximo minha gravidez.

Eles nasceram com quantos meses?

Sete meses e três semanas. Eu estava na 33ª semana. Foi uma gravidez ótima, mas desde os seis meses eu estava de repouso. Foi importante. Valeu a pena, mas foi muito chato!

Você tinha noção de todos os riscos e conseqüências quando engravidou dos trigêmeos?

Não. Minha médica dizia que detestava paciente muito informada. E ajudou o fato de, há 12 anos, a internet ser bem mais lenta. Eu não tinha noção. Durante esse período não acessei um site sequer mostrando que em 50% dos casos de gravidez de trigêmeos.Um dos bebês tem algum tipo de problema. O William diz que fui uma grávida ótima. Não tive pesadelo achando que um nasceria sem orelha, sem nariz... Eu estava calma. Não sei o que aconteceu.

Apesar de prematuros, não tiveram nenhum outro problema, né?

Não tive nenhum susto. Na véspera do parto, fiz um exame que indicou que um dos bebês entraria em sofrimento por causa da posição do cordão umbilical nas 48 horas seguintes. Refiz o exame às 7 da manhã e às 11h28, 11h29 e 11h30 nasceram os bebês. A Beatriz nasceu com 1, 365 kg e 37 cm, a Laura com 1, 525 kg e 40 cm e o Vinícius com 1, 760 kg e 39 cm.


Em algum momento do tratamento você achou que não fosse dar certo?


Não, eu sempre achei que tudo daria certo. Quando a primeira tentativa deu errado me toquei que havia a chance de dar errado, Fiquei mais receosa na segunda vez, mas como engravidei nem deu tempo de pensar em desistir. Eu acho que o desgaste vem com a repetição, todos com quem eu conversava diziam: ''Tentei cinco vezes, tentei seis vezes, sete vezes".

E quando você soube que seriam trigêmeos? Levou um susto?

O ultra-som foi maravilhoso. A notícia que eram três veio aos poucos. O médico viu um bebê, falou que estava tudo bem e depois disse que tinha "mais emoção”, vibramos e, em seguida, ele perguntou se a gente estava preparado para "ainda mais emoção", O William até brincou e pediu que ele olhasse direito, afinal tínhamos transferido quatro embriões!

Vocês estavam preparados?

Sim, a gente sabia que havia essa possibilidade, eu, verdadeiramente, não acreditava que seriam três! O único momento de tensão foi quando descobrimos que o saco gestacional da Beatriz era muito menor e que havia o risco do embrião não se desenvolver. Foram mais 15 dias até o exame seguinte, para ver se tinha dado tudo certo, A gente brinca que a Beatriz tem os dedinhos finos e compridos porque ela se agarrou como pôde, ela realmente quis nascer.


E como foi o parto?

Vocês não fazem idéia da concentração de sambódromo que era aquela sala de parto. Eram dois anestesistas, três obstetras, neonatologista, duas enfermeiras, o pediatra e o pai, era uma correria, eu só via eles passarem rapidamente, saia um, já vinha o outro e o outro. Só um minuto de intervalo entre cada um, foi
só o tempo de puxar.

Quanto tempo eles ficaram na UTI?
A Beatriz ficou 25 dias, e a Laura e o Vinícius 23. De início, a previsão era de dois meses, por causa do tamanho deles, eles só precisaram ficar para ganhar peso, quando as crianças chegaram perto dos 2 kg foram para o semi-intensivo, ali eu dei o primeiro banho no Vinícius.

Quais outras lembranças você guarda da UTI neonatal?

Eu tive muita sorte, Mas também me assustei!Logo no segundo dia, eu percebi que a Beatriz não tinha uma ponta da orelha, e não é que com o tempo completou a cartilagem e arredondou direitinho?! Com o Vinícius foi a boca, era tortinha, tortinha... Esse dia eu liguei correndo para o neonatologista, que estava assistindo a um jogo de futebol. Ele me tranqüilizou e comparou o Vinícius a uma bolinha murcha que, com o tempo, se encheria, De qualquer maneira consultamos um dentista e uma fono, que viram que estava tudo normal. A verdade é que eu ficava ali o dia inteiro olhando os bebês e começava a inventar coisas.

Depois disso tudo, valeu a pena?

Nossa, muito! Eu ficava até constrangida porque lá na UTI tinha acompanhamento psicológico coletivo e eu não tinha do que reclamar. De qualquer forma é muito estranho você sair da maternidade sem filho. “Eu fui para a maternidade com aquela roupa toda, mas as crianças não podiam vestir”. Na UTI tinha uma máquina que apitava a qualquer movimento deles, meu coração disparava, sempre achava que estava acontecendo alguma coisa, era um estresse.

Eles estão com quantos anos hoje?

Doze para 13, até hoje eu me lembro do primeiro dia em que eles vestiram uma roupinha, guardo tudo numa caixinha. Eram camisetas de boneca e cobriam até a perna, tinha que amarrar com fita crepe. Hoje, eles não acreditam!


Você vai ter outros filhos?

Nãããão, quando eles estavam com três anos, o William até pensou em ter mais, mas a gente sabia que teria de fazer outro tratamento e que poderia vir em penca de novo, um menino, duas meninas, já estava tudo ali, né?!

Eles sabem que você fez o tratamento?

Sabem, e ainda perguntam como foi, como era, por onde saiu, por onde entrou (risos), acho legal. Também nunca dramatizei sobre o que eu vivi, nunca precisei fazer um folclore disso.

Você daria algum conselho para quem está tentando engravidar?

A primeira coisa que eu diria é que o casal tem de estar muito seguro do que quer, os dois têm de ter a mesma vontade e, para isso, o casamento tem de estar bem, tente até o seu limite, mas também não se cobre demais, eu acho que às vezes a gente acaba fechando a nossa vida só naquele foco, e existem outras formas de se conseguir as coisas.

Devidos créditos: May e Daiah! Agradecimento em nome de todos os fãs!

3 comentários:

  1. Muito legal essa entrevista,ta aí uma grande história!Nem sempre as coisas acontecem do jeitinho que a gente espera e Deus usa a inteligência e o conhecimento do homem para abençoar as pessoas.Nós temos que fazer a nossa parte e com certeza Deus vai ajudar.

    Achei muito interessante isso que ela disse:"tente até o seu limite, mas também não se cobre demais, eu acho que às vezes a gente acaba fechando a nossa vida só naquele foco, e existem outras formas de se conseguir as coisas."

    Bjos!

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  2. Legal, também gostei sobre não dramatizar e sobre conseguir de outra forma. Concordo que os dois têm de ter a mesma vontade e, para isso, o casamento tem de estar bem. O que atrapalha muito e aumenta a tensão e a frustração é quando um dos dois, na maioria das vezes o homem, se recusa a fazer exames ou não se entrega totalmente ao tratamento. Já vi casos de homens que falam que vão engravidar outra na rua pra provar que são férteis, daí já viu como fica a cabeça da mulher...os dois tem abraçar a dificuldade e o tratamento, assim não há sofrimentos e traumas.

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  3. qual clinica foi feito fertilização do casal?

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